sexta-feira, 26 de março de 2010

Entre três paredes

Foto: Sarah Moralejo/Bauru: 03.2010

Eu, como todos, tenho vizinhos. Eu, como pessoa que moro sozinha em uma kitnet de fundo de quintal, tenho um vizinho de janela. E esse conceito é muito engraçado, porque tem dias que as janelas se abrem juntas, tem dia que uma se abre, a outra não. Tem dias que elas permanecem fechadas.

Mas, independente dessa limitação de espaço físico, há vida logo ao lado. Ele assovia a música que eu ouço. Eu escuto a água caindo enquanto ele toma banho e sinto o cheiro do perfume dele tanto quanto do arroz que ele queimou na hora do almoço. Não nos falamos todos os dias, mas eu sei dizer quais os dias em que ele está em casa e o que está fazendo em seu âmbito mais íntimo. Assim como aposto que ele sabe sobre mim, talvez até mais, já que sou levemente mais barulhenta.

E é curioso pensar em como eu me sinto sozinha a maior parte do tempo. Como é necessário algo muito mais do que presença ou convivência ou mesmo partilha do íntimo para se ter, de fato, companhia.

E eu me vi com a necessidade de definições nesses dias. Do que é ser sozinha. Do que é estar sozinha. Do que é precisar. Do que é amigo.

E não cheguei a conclusões, o que sempre me deixa feliz. (e percebo agora que não-conclusões têm sido uma constante nesse blog o.o)

Mas fiquei triste por toda essa distância.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

My Tags

abuso (2) amizade (4) amor (4) ano (1) atualização (1) Avengers (1) bauru (3) blog (2) casamento (1) chagebrazil (1) corpo (6) cultura (4) escrever (2) eu (14) físico (4) fotografia (1) frio (1) Hitler (1) imagem (2) jornalismo (1) laptop (1) literatura (1) livro (1) mestrado (1) música (1) Neil Gaiman (1) nerd (3) olá (1) perseguição (1) promessa (1) racismo (1) religião (1) sentir (9) sexismo (2) sexta feira 13 (1) site (1) sociedade (2) solidão (2) tempo (1) The big bang theory (1) trabalho (4) tristeza (1) tumblr (1) unesp (2) vale se foda (2) vale seja feliz (1) vemprarua (1) vida (9) você (4)